"É preciso perder um pouco de fé, para purificar a própria fé", dizia D. Carlos Azevedo, numa noite fria e chuvosa, nas terras da Fátima.
Acrescenta, ainda, "só uma igreja sem estratégia pastoral, como a portuguesa, é que não valoriza a arte", durante as "turtúlias do museu", no Museu de Arte Sacra. E diz, "a Igreja que não mostra o património que possui, comete um atentado à pobreza". Colocar o património à fruição da comunidade é um dever. Fez um alerta para o não investimento da parte da igreja à criação da arte religiosa, havendo poucos artistas. Fez-se referência a Irene Vilar.
Não existe, em Portugal, um "Museu da Igreja", no seu verdadeiro sentido. Existem espaços museológicos (Viseu, Beja...)
Neste contexto, aparecem as bibliotecas e os arquivos como parentes pobres, onde impera um certo amadorismo, com poucos profissionais da área, solicitados pela igreja.
Quanto à Igreja da Santíssima Trindade, considerou o espaço interessantíssimo, sublinhando que o painel "transmite uma verdadeira pacificação e beleza; a porta de entrada principal, outro ecemplo feliz, "é uma peça que vai ficar para a história da arte em Portugal.
Contudo, embora reconheça que todas as obras têm valor artístico, faltou a articulação entre as diversas obras. Apontou a imagem de Nossa Senhora, referindo que "uma imagem de mármore branco naquele espaço, não existe. Não concorda com a colocação da imagem do Cristo - "com aquela força toda" - à frente do painel central.
O problema reside no reduzir as expressões - a arte é uma expressão -, em impressões.
Num mundo hoje, abunda mais a reacção que a contemplação.
Num fim um desafio aos futuros sacerdotes, "quem não percebe a cultura contemporãnea, não deve ser sacerdote!"
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