Ouvi um dia destes, num pequeno grupo, Zita Seabra.
Entre muitas coisas, ela fez referência a um livro, O Homem Eterno, de G. K. Chesterton.
Comprei-o no dia seguinte. Comecei a lê-lo.
Ao ler a introdução... algumas pinceladas, deixo.
“Há duas maneiras de chegar a casa; uma delas é não chegar a sair. A outra é dar a volta ao mundo até regressar ao local de partida…”
Muitas vezes, na nossa “vidinha”, vivemos “à sombra da fé, mas perdemos a luz da fé.”
“Ora, a melhor relação que podemos ter com o nosso lar espiritual é vivermos suficientemente perto dele para o amarmos; a segunda melhor, porém, é vivermos suficientemente longe para não o odiarmos.”
“Defendo eu que, quando trazidas à luz do dia claro, há duas coisas que são totalmente bizarras e singulares. […] as duas coisas a que me refiro são: a primeira, a criatura chamada homem; a segunda, o homem chamado Cristo. Por assim pensar, dividi este livro em duas partes; a primeira é um esboço da grande aventura da raça humana enquanto foi pagã; a segunda é um resumo da profunda alteração que nela se introduziu pelo facto de se ter tornado cristã.”
“As coisas podem muito bem ser-nos familiares enquanto a familiaridade gerar o afecto; quando, porém, a familiaridade gera desprezo, é de longe preferível que se nos tornem estranhas.”
O olhar… “A pessoa que tem uma visão cristã e católica da natureza humana terá a certeza de que se trata de uma visão universal, e portanto sensata, que por isso a satisfaz. Mas a pessoa que perdeu de vista essa visão sensata só conseguirá recuperá-la por via de algo que se assemelhe a uma visão de loucos; ou seja, olhando para o homem como se olha para um animal bizarro e percebendo quão bizarro ele é.
“…o objectivo desta introdução é defender a seguinte tese: é exactamente quando olharmos para o homem como um animal, que percebemos que ele não é um animal.”
Estamos perante um autor que nos incita para o espanto… Quando certa vez perguntaram a Chesterton «que livro gostaria de ter consigo se fosse um náufrago numa ilha deserta», esperando talvez uma resposta profunda e elevada como «a Bíblia» ou «a Divina Comédia», respondeu com um óbvio «um manual de construção de botes/canoas».
Neste livro, no fundo, Chesterton “deseja ajudar o leitor a ver a cristandade de fora, no sentido de a ver como um todo, contra o pano de fundo de outros factos históricos; assim como desejo que veja a humanidade como um todo, contra o pano de fundo das coisas naturais.”
É um livro desafiante para quem crê!
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