Cerca de um mês depois, volto aqui, escrevendo algumas linhas.
Tenho lido muito, trabalhado muito.
Um conjunto de notícias tem ocupado mais as minhas leituras, onde sobressaiu a figura de José Saramago.
Uma primeira nota, falar de Deus, da religião, abordando assuntos polémicos, dá dinheiro e sucesso. Quando outros assuntos se esgotam, normalmente recorrem a este, pois é um filão do mais rico ouro, para abordar.
São livros com uma história romanciada, baseada num aspecto da realidade.
É por isso que certos escritores, de forma inconsciente/consciente recorrem a esta estratégia.
Neste mundo dos livros, onde me mergulho, olho, para além de Saramago, José Rodrigues dos Santos, Dan Brown, Mark Twain, Daniel...
Não gostei das intervenções de Saramago. Elas mostraram o quanto ele é ignorante. A Bíblia não é uma obra de história ou de Geografia, de Biologia ou de Astronomia. Era de supor que um romancista percebesse isso melhor que ninguém, como sublinha o autor de um artigo, Manuel Pina.
Ninguém deve-se pronunciar, opinando sobre algo que desconhece. Diz o ditado, "quem conta um conto, acrescenta um ponto". A experiência me diz que este ditado está mais presente, na medida que a ignorância é maior. Em todos os campos - social, político e religioso -, devia-se pronunciar com conhecimento de causa e não simplesmente opinando...
No artigo referenciado, escreve o autor que Saramago dizendo "Deus não é de fiar: é vingativo, é má pessoa", acaba por se afirmar "crente, e fundamentalista, levando a novela bíblica a peito e as "más práticas" de Deus (espécie de Ivone - do 'Caminho das Índias' - na Bíblia) à conta da literalidade." Foi este aspecto que se destacou na conversa entre o escritor José Saramago e o biblista Carreira das Neves.
É necessário rezar por este homem, que chega afirmar que, "Ratzinger tenha a coragem de invocar Deus para reforçar o seu neomedievalismo universal, um Deus que jamais viu, com o qual nunca se sentou a tomar café, demonstra apenas o absoluto cinismo intelectual da personagem".
Deus inquieta-o 'mais do que nunca', agora que se aproxima no fim da caminhada terrena.
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