Hoje fui revisitar Fernando Pessoa...
Digo revisitar, pois "tive com ele" no secundário e na universidade.
Agora, foi na Fundação Calouste Gulbenkian.
Estive não só com Fernando Pessoa, mas também com Alberto Caeiro, Ricardo Reis, Álvaro de Campos, Bernardo Soares...
Deixo algumas pinceladas d'o poeta que é um fingidor. Finge tão completamente que chega a fingir que é dor, a dor que deveras sente.
Entre muitos traços que podia referir, fixei-me em alguns.
Numa sociedade onde deparamos cada vez mais com a ausência de Deus, de Jesus Cristo, no concreto de cada dia, eis o que pode acontecer para o pagão cada coisa tem o seu génio ou ninfa, cada coisas é uma ninfa cativa ou uma dríade apanhada pelo olhar; por isso cada objeto tem para ele uma espantosa realidade imediata, e com cada coisa ele está em convívio quando a vê, e em amizade, quando lhe toca.
O homem que vê em cada objeto uma outra coisa qualquer, que não seja isto, não pode ver, amar ou sentir esse objeto...
Pertenço a uma geração - suponho que essa geração seja mais pessoas que eu - que perdeu por igual a fé nos deuses das religiões antigas e a fé nos deuses das irreligiões modernas.
Uma religião individual impera com esta frase típica: "eu cá tenho a minha fé"... Será!?
A fé nunca se vive individualmente, mas sempre em relação.
Foi uma final de manhã bem passado, e que vos convido a visitarem... Vale a pena!
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