Li um artigo “o declive do apreço pela vida humana: chaves
culturais”, que analisa a nossa sociedade, na sua evolução ideológica, nos
últimos tempos, reflectida no modo de viver hoje.
Li uma notícia, onde refere que Obama expressa o seu apoio
ao “casamento gay”. Desta posição, houve reacções positivas ao apoio do
presidente, mas também os bispos, através do presidente da Conferência
Episcopal dos Estados Unidos, Cardeal Timothy Dolan, critica, em comunicado, a
posição assumida pelo presidente do país, Barack Obama. “As declarações de hoje
do Presidente Obama, em favor da redefinição do casamento, são profundamente
tristes”.
No tal artigo, refere as chaves culturais que levaram a
humanidade a ter tão pouco apreço da vida humana: o nominalismo, em que Deus é visto
afastado, uma simples potencia, no fundo desconhecida, que criou o mundo; mas
ao qual não se lhe conhece em sua intimidade. Estende-se o individualismo, como
primeiro efeito, em todos os aspectos da vida social.
A negação da providência, o domínio do homem sobre si mesmo,
onde não há lugar de encontro com Deus, constata-se hoje na sociedade, visível nas
expressões como “eu cá tenho a minha fé” ou “confesso a Deus directamente” ou “…
A teoria de pactos da sociedade, onde a própria vida social
se quer reger por acordos de interesses desde uma perspectiva utilitarista,
perdendo valor para a sociedade.
Outra chave é o evolucionismo, com Darwin, onde se aponta a
uma lei puramente físico-biológica.
Temos de considerar uma última chave, para entender a actual
falta de apreço até da vida humana: uma série de revoluções sexuais que se
estenderam ao longo do século XX: A prática abortiva que nasce na Rússia bolchevique;
a caída do puritanismo como sistema moral; nos anos 20, o feminismo radical e a
reivindicação de um reconhecimento público da homossexualidade que tem em comum
a radical separação da sexualidade, entendida genitalmente, de qualquer
significado de procriação.
Assim se contextualiza a sociedade actual, a posição de
Obama, com os seus problemas e dificuldades.
Perante esta realidade, apresenta-nos diante dos cristãos
uma tarefa imensa: reconstruir uma sociedade na que se descubra de novo a vida
humana como o bem fundamental que partilhamos todos e cujo reconhecimento como
sagrado, como não disponível para os interesses de outros ou da própria
sociedade. Há que experimentar
profundamente a fecundidade do amor, algo muito maior que uma simples
continuidade biológica já que nos introduz numa lógica de sobreabundancia.
É bom reflectir o que nos rodeia, parar e olhar para o que é
essencial. Somos criados para louvar, amar e servir a Deus, nosso Senhor…
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