Recebi um email e procurei transcrever partes mais significativas... A maior parte do texto, senão todo, é de autoria da Theresa Ameal.
O casamento heterossexual é por sua própria natureza muito diferente de qualquer outro tipo de união - e para realidades diferentes, leis diferentes.
Como alguém dizia ontem no outro dia num debate na TV a que assistimos, o Estado não tem nada que se intrometer ou legislar sobre os afectos nem "meter-se na cama" de cada um, e de facto as complexas leis do casamento heterossexual não dependem das pessoas gostarem muito ou pouco uma da outra ou de se darem bem ou mal na sua relação física, mas são sobretudo necessárias porque a união dum homem e duma
mulher pode gerar filhos (não é obrigatório que o faça mas pode fazê-lo), tornando automaticamente esse homem e essa mulher nos principais responsáveis pela sobrevivência e educação dessas crianças.
A relevância deste facto para a sociedade é enorme (dele depende, aliás, a própria sobrevivência da sociedade).
Qualquer outro tipo de união entre duas pessoas pode ter legislação para defender a liberdade de fazerem o que quiserem por exemplo com os seus bens, é o que já acontece com as leis sobre heranças das uniões de facto homossexuais, que acho que deviam ser estendidas a outro tipo relação sob pena de discriminação (o caso das duas irmãs inglesas, velhinhas e que viveram a vida inteira juntas, é um caso típico de injustiça).
Enfim, a verdade é que todos sabemos, como aliás dizia sem fingimentos o antropólogo que defendia o casamento homossexual presente no debate, que não estamos realmente a falar de direitos ou discriminações legais, pois os direitos dos homossexuais estão mais que resguardados nas leis existentes (leis essas que podem sempre ser alteradas e
melhoradas). Estamos sobretudo a falar da palavra casamento, com todas as conotações e simbologia que esta mantém.
Para muita gente esta é uma luta ideológica, e devo dizer que muitos homossexuais não se identificam com ela, e acham esta exigência desnecessária, e um absurdo sem sentido, inclusivamente, muitos acham que de facto para as crianças é melhor serem criadas em famílias onde haja um modelo masculino e feminino claro, e dizem que nunca fariam uma criança passar pelo sofrimento inevitável que uma família com dois
pais ou duas mães pode trazer por exemplo na escola, pois mesmo com professores muito atentos é impossível evitar reacções de estranheza nas outras crianças, e não se pode acabar com preconceitos à custa de crianças-cobaia, naquela lógica inumana de "as primeiras duas ou três gerações sofrem para se atingir objectivos mais tarde".
Quem quiser, pode sacrificar-se a si próprio pelas suas convicções, mas não aos outros, muito menos se forem crianças.
Mas isso não nos impede de ter opiniões fortes sobre estes assuntos.
" O facto de julgarmos um acto, como o aborto, intrinsecamente mau, porque mata sempre um filho e na enorme maioria das vezes deixa sequelas terríveis na mãe, não implica minimamente que façamos juízos morais sobre as pessoas que cometem esse acto.
Pelo contrário, os defensores do Não ao aborto, são os únicos que trabalham de forma constante com mulheres que abortaram. Para além dos seminários de cura do trauma pós aborto (da instituição Vinhas de Raquel), fazem-no nas muitas associações que fundaram para a ajuda a grávidas em dificuldade e bebés em perigo, todas sem fins lucrativos, onde são recebidas muitas mulheres altamente traumatizadas, que já
abortaram uma ou mais vezes, porque simplesmente se viram sós e desamparadas, numa situação que lhes parecia sem saída, ou devido a grandes pressões do companheiro que ameaça partir, dos pais que ameaçam expulsar de casa, ou do patrão que ameaça despedir.
Vêm pedir ajuda para não ter que o fazer de novo, porque não foram o companheiro, nem os pais, nem o patrão que ficaram com o trauma do aborto anterior.
Ali essas mulheres não são julgadas mas amadas, recebem apoio jurídico, económico e psicológico, e quando necessário são acolhidas e aí vivem até ter o bebé, aí aprendem a cuidar dele, recomeçam os estudos e só saem quando as ajudámos a encontrar um trabalho e um projecto de vida.
Continuamos a dizer que se os milhões que estão a ser gastos a fazer abortos fossem usados na prevenção e na ajuda à grávida, haveria não só mais crianças mas também mais mulheres felizes em Portugal.
É óptimo, quem percorrer estas linhas, “veja” algumas das instituições de que se fala, são já muitas mais, mas é difícil manter uma lista actualizada porque constantemente surgem novas iniciativas. Por favor, clique aqui:
http://www.vidascomvida.org/index.php?option=com_wrapper&Itemid=36
Nós amamos e defendemos tanto as mulheres como os seus bebés e não julgamos ninguém.
Mas podemos sempre julgar um acto. Lutar contra o aborto, a eutanásia, a pena de morte, o racismo... é lutar contra coisas más.
Dá imenso trabalho, gasta-se muito dinheiro, ganham-se inimigos poderosos, mas vale a pena tentar fazer qualquer coisa por um mundo melhor e mais acolhedor para todos."
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