Acabei de ler o artigo de Anselmo Borges.
Ele anda à volta de dois conceitos, muito presentes na cultura clássica: Potestas e auctoritas.
Não é a primeira vez, que refiro da necessidade de ir “beber” à cultura clássica, muitos conceitos que caíram em desuso.
O vocábulo potestas vem de potis, com o significado de senhor de, que exerce o poder sobre. Potestas tem a ver com o poder no sentido institucional.
Neste sentido os magistrados, presidentes da câmara e justa de freguesia, deputados, bispos, ministros, polícias, pais, padres, generais, professores… O autor escreve que “as sociedades humanas não podem subsistir sem o exercício do poder.
O vocábulo auctoritas vem do verbo augere, que significa “fazer crescer”, aumentar, donde vem também auctor, com o sentido de aquele que faz crescer, aquele que produz, o autor.
Neste sentido, significa aquilo que possui autoridade e que tem a ver com a excelência pessoal e força intelectual e moral de atracção, de congregação e orientação.
“Sabeis que os chefes das nações as governam como seus senhores e que os grandes exercem sobre elas o seu poder. Não seja assim entre vós. Pelo contrário, quem entre vós quiser fazer-se grande seja o vosso servo; e quem no meio de vós quiser ser o primeiro seja vosso servo.” (cf. Evang. de S. Mateus)
Jesus não põe em causa o poder político, mas sim o seu modelo de exercício.
Note-se, que no contexto político, os governantes são designados pelo termo “ministro”, sendo o seu chefe o “primeiro-ministro”. O termo vem do latim minister, que significa servo, aquele que serve
Neste contexto, escreve o autor, percebe-se que potestas e auctoritas deveriam caminhar juntas e entrecruzadas.
Surge a questão, quanto aos pais, políticos em geral, falta-lhes competência intelectual, técnica, moral? Quanto à função de deputados ou "ministros" só resta o nome?..
Diziam sobre Jesus (sem qualquer poder institucional; não era sacerdote, nem pertencia a nenhuuma estrutura de poder oficial, civil, político ou mlitar), “Ensinava com autoridade”.
É bom pensar, nesta sociedade onde nos inserimos, Qual o nosso papel?!
(cf. Diário de Notícias, de 2010/01/23)
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