quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

O Deus da beleza e da bondade


Simplesmente deixo um testemunho...

Este é um daqueles dias em que me sinto particularmente “ em baixo “.
Não gosto do lugar onde vivo… não gosto das pessoas com quem me cruzo… não consigo trabalhar num lugar onde me sinta bem… mas percebo que, apesar destas adversidades, neste momento é aqui que Deus me quer…
Dizia eu a Deus, tudo isto, mais uma vez… e dirigindo-me para as aulas quando apareceu um pai com uma criança. Ela estava feliz… falava alto, cantarolava… e sem mais nem menos dirigiu-se para mim, estendeu-me a mão. Apertámos a mão… e ela beijou-ma !
Percebi, naquele momento, que Deus me dava o sinal do Seu Amor por mim… com o pormenor do beijo daquela criança na minha mão.
Não tive tempo para mais nada porque ele continuou o seu caminho. Parecia que tinha a certeza que tinha terminado uma missão. Senti mais uma vez o Amor misericordioso de Deus…
Já não é a primeira vez que isto me acontece!

Sentir o dizer de Deus : “ Eu sei as dificuldades que passas por minha causa. Eu sei que sentes a ausência da tua família, dos teus amigos, da tua rotina, do teu barulho… Eu sei que as pessoas que estão à tua volta têm o dever moral de ser diferentes… Eu sei que muitos não te compreendem e que te acham uma louca ou rebelde, Eu sei tudo isso… mas lembra-te que Eu venci o mundo e tu não és deste mundo “.

Quantas vezes Deus passa por nós e não O vemos? Deus é simples … muito simples … e eu quero ser como Ele…. cada vez mais simples …

Amo-te Deus!

domingo, 14 de fevereiro de 2010

É preciso escutar!

Neste momento em que se fala muito de escutas - Freeport; Face Oculta -, o que menos vemos é escutar.

Saber escutar é um dom. É também um exercício que se vai aperfeiçoando.

Vem isto a propósito, pois chegou-me à mão o texto de D. Carlos de Azevedo.

As escutas, segundo ele, produzem "uma murmuração em cadeia, uma grande baralhada que promete durar, porque o gosto por mexer na porcaria é próprio de alguns animais!"

É necessário criar silêncio, próprio do tempo quaresmal.

Deus é a Palavra, nós somos escuta: e a escuta pressupõe o silêncio, isto é, o despojamento de todas as vozes que nos distraem da escuta, sejam aquelas que partem do nosso coração ou da nossa inteligência, sejam aquelas que entram em nós, usurpando um lugar devido...

É difícil falar de silêncio de um mundo habituado ao barulho. Não é grande prova o silêncio sobre um monte deserto, onde tudo nos convida à harmonia com a terra, o céu, as estrelas, as flores, o vento. Sem o silêncio, o ser humano morre de fome, não de fome de pão, mas de escuta da Palavra do Senhor (Amós 8, 11)

Grande parte das pessoas que se cruzam connosco não se encontram, porque não se escutam. Daí as consequências do seu modo de viver: na superficialidade, na conflitualidade, na critica gratuita... porque não se encontram, não se conhecem e sentem medo de iniciar todo esse processo.

Surge agora a Quaresma. Porque não apostar neste trajecto de escuta do eu, da sua essência, do sentir impelido para o absoluto que é Deus...

(nota: contém excertos do artigo de D. Carlos Azevedo)

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Jacinta casta...

Neste ano do centenário do nascimento da Jacinta,nasceu a 11 de Março de 1910, ano da implantação da República (5 de Outubro de 1910), hoje tocou-me o seu amor à virtude de pureza, castidade.

Essa faceta encontra-se já em germe nas suas brincadeiras de criança. Numa delas, mandaram a Jacinta dar um beijo a um rapaz. Ela disse logo que não, que preferia dar um beijo a Jesus, na cruz. E concederam-lhe.

A 13 de Outubro de 2004, D. Serafim, na sua homilia, diz que "hoje o mundo está espiritualmente doente e, mais do que nunca, aumentam os pecados e os pecadores; até porque o mal se apresenta como bem, e os vícios são exibidos como virtudes. Há ideologias e doutrinas chamadas New Age que negam a existência de Deus e exaltam o poder humano. Há modas de vestir e de viver que traduzem um modo pagão de viver sem Deus e ofendem muito o coração de Deus, porque reduzem o homem - a obra-prima da sua criação - à uma condição indigna da sua dignidade de filho de Deus. Abundam hoje também os atentados contra a vida, desde as inocentes crianças no seio materno até a eutanásia e há leis civis contra a moralidade matrimonial. Há seitas secretas, cultos satânicos, o terrorismo e poderosos meios de comunicação social que destroem muitos, especialmente os jovens, da atenção que devem dar a Deus e ao próximo."

Sublinho, "há modas de vestir e de viver que traduzem um modo pagão de viver sem Deus e ofendam muito o ocração de Deus, porque reduzem o homem a uma condição indigna da sua dignidade de filho de Deus". Estas palavras mais nos tocam, quando deparamos certas "cenas" em plenos recintos sagrados. Já em muitos sítios, existem panos para quem entra os coloquem nos ombros.

Numa aparição particular a Jacinta, Nossa Senhora dirá que "hão-de vir umas modas que ofenderão a Nosso Senhor"

Um sacerdote do Movimento da Mensagem de Fátima pensa que, o facto de o corpo de Jacinta, já cadáver, inalar um perfume; passado 18 anos, na altura da transladação, ainda estar intacto - "quando peguei no caixão, achei pesado" (D. João Pereira Venãncio) -, não serão sinais que reflectem o grande amor da Jacinta, enquanto viva, à virtude de pureza, à castidade?

Como estamos a viver a nossa castidade, o nosso amor à pureza de pensamentos, actos e omissões?

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Origem do mal...

Na existência humana, entre muitas questões não respondidas e explicadas nas diversas mitologias, tem a ver com a origem do mal.

Li à uns tempos atrás, um romance-tese, onde implicitamente defendia quea origem do mal está no próprio homem. Nasce com ele. Será assim?

Vem a propósito isto, ao ler a mensagem da Qauresma 2010, do Papa Bento XVI. Transcrevo poucas linhas, onde o papa questiona donde vem a injustiça.

"O evangelista Marcos refere as seguintes palavras de Jesus, que se inserem no debate de então acerca do que é puro e impuro: “Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa tornar impuro. Mas o que sai do homem, isso é que o torna impuro. Porque é do interior do coração dos homens, que saem os maus pensamentos” (Mc 7,14-15.20-21).
Para além da questão imediata relativo ao alimento, podemos entrever nas reacções dos fariseus uma tentação permanente do homem: individuar a origem do mal numa causa exterior.
Muitas das ideologias modernas, a bem ver, têm este pressuposto: visto que a injustiça vem “de fora”, para que reine a justiça é suficiente remover as causas externas que impedem a sua actuação: Esta maneira de pensar - admoesta Jesus – é ingénua e míope. A injustiça, fruto do mal , não tem raízes exclusivamente externas; tem origem no coração do homem, onde se encontram os germes de uma misteriosa conivência com o mal. Reconhece-o com amargura o Salmista:”Eis que eu nasci na culpa, e a minha mãe concebeu-se no pecado” (Sl. 51,7).
Sim, o homem torna-se frágil por um impulso profundo, que o mortifica na capacidade de entrar em comunhão com o outro. Aberto por natureza ao fluxo livre da partilha, adverte dentro de si uma força de gravidade estranha que o leva a dobrar-se sobre si mesmo, a afirmar-se acima e contra os outros: é o egoísmo, consequência do pecado original.
Adão e Eva, seduzidos pela mentira de Satanás, pegando no fruto misterioso contra a vontade divina, substituíram á lógica de confiar no Amor aquela da suspeita e da competição ; á lógica do receber, da espera confiante do Outro, aquela ansiosa do agarrar, do fazer sozinho (cfr Gn 3,1-6) experimentando como resultado uma sensação de inquietação e de incerteza.

Como pode o homem libertar-se deste impulso egoísta e abrir-se ao amor?"