terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Tempo e prioridades…


Um professor diante da sua turma de filosofia, sem dizer uma palavra, pegou num frasco grande e vazio de maionese e começou a enchê-lo com bolas de golfe.
A seguir perguntou aos estudantes se o frasco estava cheio.
Todos estiveram de acordo em dizer que "sim".

O professor então pegou numa caixa de fósforos e esvazio-a dentro do frasco de maionese.
Os fósforos preencheram os espaços vazios entre as bolas de golfe.
O professor voltou a perguntar aos alunos se o frasco estava cheio, e eles voltaram a responder que "sim".

Logo, o professor pegou uma caixa de areia e vazou-a dentro do frasco.
Obviamente que a areia encheu todos os espaços vazios e o professor questionou novamente se o frasco estava cheio.
Os alunos responderam-lhe com um "sim" retumbante.

O professor em seguida adicionou duas chávenas de café ao conteúdo do frasco e preencheu todos os espaços vazios entre a areia.
Os estudantes riram-se nesta ocasião.

Quando os risos terminaram, o professor comentou:
- "Quero que percebam que este frasco é a Vida.
As bolas de golfe são as coisas importantes - a família, os filhos, a saúde, a alegria, os amigos, as coisas que vos apaixonam. São coisa que mesmo que perdêssemos tudo o resto, a nossa vida ainda estaria cheia.
Os fósforos são outras coisas importantes, como o trabalho, a casa, o carro, etc.
A areia é tudo o resto, as pequenas coisas. Se primeiro colocamos a areia no frasco, não haverá espaço para os fósforos, nem para as bolas de golfe.
O mesmo ocorre com a Vida. Se gastamos todo o nosso tempo e energia nas coisas pequenas, nunca teremos lugar para as coisas que realmente são importantes.
Presta atenção às coisas que realmente importam.
Estabelece as tuas prioridades... e o resto é só areia."

Um dos estudantes levantou a mão e perguntou: - "Então e o que representa o café?".
O professor sorriu e disse:
- "Ainda bem que perguntas! Isso e só para lhes mostrar que, por mais ocupada que a vossa vida possa parecer, há sempre lugar para tomar um café com um amigo."


in Povo

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

NEM SÓ DE PÃO VIVE O HOMEM

Tenho amigos meus que são membros e militantes da CDU e são cristãos empenhados na Igreja...
A confusão continua, e agora com Ricardo Sá Fernandes, neste mundo sem coluna vertebral, onde os valores são confusos...


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Declaração sobre a maçonaria – Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé - 26.11.1983 (v. L’Osservatore Romano de 26.11.83)<>

“ (...) Permanece portanto imutável o parecer negativo da Igreja a respeito das associações maçónicas, pois os seus princípios foram sempre considerados inconciliáveis com a doutrina da Igreja e por isso permanece proibida a inscrição nelas. Os fiéis que pertencem às associações maçónicas estão em estado de pecado grave e não podem aproximar-se da Sagrada Comunhão.
Não corresponde às autoridades eclesiásticas locais pronunciarem-se sobre a natureza das associações maçónicas com um juízo que implique derrogação de quanto acima estabelecido e isto segundo a mente da Declaração desta Sagrada Congregação, de 17 de Fevereiro de 1981 (cf. AAS 73, 1981, p.240-241). (...)”
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A desassombrada declaração de interesses de Ricardo Sá Fernandes no jornal Público de hoje, de que é cristão e maçon e de que se assume como católico, vem com erro.
Quem diz acreditar na ressurreição de Jesus Cristo como filho de Deus não pode ser maçon, visto que a maçonaria nega nos seus pressupostos e sempre no seu pensamento e na sua acção, o Deus que se revela pessoalmente: o Deus humanado que vem servir e não ser servido, que padeceu, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia e que fundou a Igreja una, santa, católica e apostólica.
Grande confusão de Sá Fernandes, portanto, a induzir confusão.
Ou se é maçon, o que é uma pena, ou se é católico.

Miguel Alvim
Advogado

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Impostos nos Países Baixos

Estamos saturados de manhosos, desconfiados de moralistas, estamos sem ídolos, sem heróis, estamos encandeados pelos faróis dos que saltam para o lado do bem para escapar à turba contra o mal. Quando apanhamos, abocanhamos. Estraçalhamos. Somos uma multidão furiosa. Às vezes, erramos. A família Soares dos Santos não está a fugir aos impostos. Mesmo se vai fugir ao País. 

Só há um antídoto contra a especulação: a informação. É assustador ver tanta opinião instantânea sobre o que se desconhece. A sede de vingança tomou o lugar da fome de justiça. O problema não está na rua, nas redes sociais, nas esquinas dos desempregados. Está em quem tem a obrigação de saber do que fala. Do Parlamento, de Ana Gomes, de António Capucho, dos que pedem boicotes ao Pingo Doce(para comprar onde, já agora? No Continente da Sonae que tem praças na Holanda? No Lidl, que as tem na Alemanha?).

A decisão da família Soares dos Santos pode ser criticada mas não pelas razões que ontem se ouviu. A Jerónimo Martins não vai pagar menos impostos. E a família que a controla também não - até porque já pagava poucos.

Uma empresa tem lucro e paga IRC; depois distribui lucro pelos accionistas, que pagam IRC (se forem empresas) ou IRS (se forem particulares). Neste caso, a Jerónimo continua a pagar o mesmo IRC em Portugal (e na Polónia); o seu accionista de controlo, a "holding" da família Soares dos Santos, transferiu-se para a Holanda. Por ter mais de 10% da Jerónimo, essa "holding" não pagava cá imposto sobre os dividendos e continuará a não pagar lá. Já quando essa "holding" paga aos membros da família, cada um pagaria 25% de IRS cá - e pagará 25% lá. Com uma diferença: 10% são para a Holanda, 15% para Portugal.

Porque tomou a família uma decisão que, sendo neutra para si, prejudica o Estado português? Pela estabilidade e eficácia fiscal de lá, que bate a portuguesa. Pelo acesso a financiamento, impossível cá. E porque a família tem planos de crescimento que não incluem Portugal. 

Aqueles que se escandalizaram ontem deviam ter-se comovido também quando, há um par de meses (como aqui foi escrito), a Jerónimo anunciou como iria investir 800 milhões de euros em 2012: 400 milhões da Colômbia, 300 na Polónia... e 100 milhões em Portugal. Isto sim, é sair de Portugal. E quando a Jerónimo investir na Colômbia, provavelmente vai fazê-lo também através da Holanda, onde se paga menos. Estes são problemas diferentes dos que ontem foram enunciados: a falta de atracção de investimento de Portugal; e a instabilidade fiscal, que muda leis como quem muda de camisa, afastando o capital.

A família Espírito Santo tem sede no Luxemburgo. Belmiro lançou a OPA à PT a partir do Holanda. O investimento estrangeiro é feito de fora. Isabel dos Santos investe na Zon a partir de Malta. Queiroz Pereira tem os activos estrangeiros separados de Portugal. António Mota desabafa há dias que pode ter de criar uma sede fora de Portugal só para que a banca lhe empreste dinheiro. E a família Soares dos Santos tem um plano que não nos contou mas que ainda nos vai surpreender - feito com bancos estrangeiros e a partir da Holanda, que é uma plataforma fiscal mais favorável à internacionalização para fora do espaço europeu, uma vez que não há dupla tributação da Holanda para e do resto do mundo.

O que custa a engolir não é que Soares dos Santos tenha cortado o passado com Portugal, esse mantém-no e continua a pagar impostos. É que tenha cortado o futuro. É que tenha decidido investir fora daqui porque aqui não tem por onde crescer, para procurar lucros fora de Portugal, criar postos de trabalho fora de Portugal e, então sim, pagar impostos desse futuro fora de Portugal. Pensando bem, esse é um grande problema e é um problema nosso. Mas investir fora do País não é traição. É apenas desistir dele. E a Jerónimo já partiu para a Polónia há muitos, muitos anos - ou ninguém reparou?


Pedro Santos Guerreiro, in Jornal de Negócios